Vítima de homofobia, homem foi esfaqueado 22 vezes, no DF
Diário da Manhã
Publicado em 22 de outubro de 2019 às 14:08 | Atualizado há 5 anos
Um rapaz de 23 anos foi esfaqueado 22 vezes, na Rua do Lago em Brazlândia no Distrito Federal, no dia 6 desse mês, vítima de homofobia e no último domingo, 20, foi liberado pela equipe médica.
O promoter caminhava quando foi cercado por 16 homens, alguns portando armas brancas. A vítima estava indo embora de uma festa beneficente que organizara, quando foi perseguido e atacado com golpes na cabeça, no peito, nas costas e braços.
A 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) investiga o caso como tentativa de homicídio provocada por crime de gênero. De acordo com a mãe do promoter, os criminosos atacaram em bando quando o filho deixava o evento e retornava para casa. “Antes de receber tantas facadas, a última coisa que ele conseguiu ouvir dos bandidos é que iria morrer por ser homossexual”, disse.
O rapaz tentou se defender e correr dos agressores, mas foi alcançado. Mesmo com dezenas de testemunhas que deixavam os bares nas proximidades, os agressores não se intimidaram em tentar matar o rapaz.
Segundo a mulher, a primeira facada foi na cabeça. Após cair, ele acabou golpeado outras 21 vezes. “A sorte foi que um casal de amigas dele estava próximo, e uma delas correu e o abraçou para que parassem de esfaqueá-lo”, contou. Após as agressões, o filho foi internado no Hospital Regional de Brazlândia (HRB).
Um casal que passava pelo local levou a vítima para o hospital
Mesmo ferida e sangrando muito, a vítima conseguiu se levantar. Um casal que passava de carro pelo local a levou ao hospital. “Meu filho entrou dentro desse veículo, onde havia inclusive um bebê. Mesmo assim, os agressores cercaram o carro e ameaçavam quebrar os vidros para matar o jovem. Por sorte, ele arrancou em direção ao hospital”, disse a mãe do promoter.
Quando chegou ao hospital, o jovem precisou passar por cirurgia e foi internado em uma unidade semi-intensiva. O jovem chegou a ter um dos pulmões perfurado e precisou de um dreno, colocado pelos médicos.
“Foi um crime muito violento, e meu filho escapou por milagre. Ele foi atacado por causa de sua orientação sexual, e isso é brutal. A todo instante, ele pedia para as pessoas próximas não o deixarem morrer. Ele foi acuado e esfaqueado como um animal”, desabafou a mãe.
O jovem foi ouvido pelos investigadores da Polícia Civil ontem, 21, e o caso é tratado como prioridade. Como se trata de um crime de gênero, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa (CLDF) irá acompanhar o caso.
A identidade da vítima e da mãe serão poupados pelo DM Online, por questões de segurança.