Brasil

Imprensa goiana perde Edson Costa, o melhor jornalista policial de sua geração

Redação DM

Publicado em 11 de setembro de 2020 às 15:19 | Atualizado há 5 anos


A imprensa goiana perdeu nesta quinta-feira, 10, o jornalista e editor Edson Costa, titular da coluna “Distrito Zero” do Diário da Manhã por mais de duas décadas.

Após deixar o DM, ele enfrentou o Mal Alzheimer e Parkinson. O velório ocorre nesta manhã na Fênix, das 9 às 13h30, em frente ao Cemitério Park.

Edson estava com 85 anos e foi o principal autor da coluna “Distrito Zero”, que reunia crônicas da violência urbana assim como relatos bem humorados do mundo do crime.

Ou seja, ele conseguia algo impensável: extrair do universo da criminalidade, sempre densa, histórias pitorescas sobre os personagens da violência, sem ofender a honra e imagem das pessoas.

As ilustrações do cartunista Almir davam o toque final na obra mestre do jornalismo policial diário.

Edson é considerado a principal referência do jornalismo especializado policial, já que tinha grande relacionamento com a área. As polícias (tanto militar como civil) tinham nele uma janela para suas causas.

Sua produção jornalística inspirou a pesquisa de mestrado “A polícia goiana e o Distrito Zero”, dissertação de mestrado de 2008 escrita pelo também jornalista Vitor Hugo Lopes, ex-colega de redação que se encantava com a leveza do jornalista e a “complexidade” do que fazia.

“Pude acompanhar de perto, diariamente, a produção da coluna Distrito Zero. Ficava intrigado sobre como os textos produzidos por Edson Costa eram capazes de provocar o riso quando descreviam situações de violência. As notícias, em uma primeira impressão, tinham na representação exagerada da violência o componente do humor; a ridicularização dos atores sociais emergia a partir ou em decorrência do comportamento criminoso e/ou violento. Era um tipo de “diário pastelão” do chamado “mundo-cão”. Era uma relação que me incomodava – tanto pelo efeito cômico quanto pela crueza das situações descritas”, disse o pesquisador em sua análise, que pode ser acessada no banco de teses da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Edson era meigo e fraterno, sempre delicado no trato com amigos e fontes. “Lembro tanto do seu Edson batucando o Distrito Zero na maquininha que ele nunca deixou de usar. Foi sempre tão gentil e trabalhador”, recorda Dalvina Nogueira, jornalista que conviveu com Edson na redação.

A coluna escrita na “maquininha” acaba reverberando por toda a cidade. Bares e ruas falavam sobre os personagens selecionados por Edson. “Tive o prazer de me sentar ao lado do Edson durante quase dois anos de muito aprendizado. Adorava a coluna. Lia logo cedo e depois ouvia novamente na rádio Mil, no ônibus, no caminho do DM”, recorda o jornalista Diogo Luz.

Humberto Silva, repórter fotográfico e militar, afirmava que o amigo “sempre trabalhou junto com a segurança pública”.

NOTA DA ASSOCIAÇÃO GOIANA DE IMPRENSA (AGI)

MORRE EDSON COSTA



 Associação Goiana de Imprensa (AGI) lamenta informar o falecimento do jornalista EDSON COSTA, veterano repórter  policial. Ele sofria de Parkinson e de Alzheimar  há anos. Trabalhou em diversos veículos, sendo o último deles o Jornal DIÁRIO DA MANHÃ, no qual assinava a coluna "Distrito Zero".
Aos familiares, o sentimento de pesar de seus colegas Comunicadores.




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