Cotidiano

42 ANOS DE LIBERDADE: Diário da Manhã celebra aniversário com garantia ao direito à informação

Redação DM

Publicado em 11 de março de 2022 às 19:41 | Atualizado há 3 anos

Fundado pelos jornalistas Batista Custódio e Consuelo Nasser,
veículo foi considerado como terceiro melhor do país pela Academia Brasileira
de Letras (ABL)

Legendas

Redação do Diário da Manhã em seu início: veículo fez
história com garantia ao contraditório de perseguidos e exercício do direito à
informação

Alunos da educação infantil da Escola Municipal Pedro
Laurício Rasmussem em visita ao jornalista Batista Custódio, em 2016

Jornal online do DM é pioneiro no Centro-Oeste: veículo
inicio suas publicações em 1996. Plataforma é espaço de inovações constantes em
vídeo e imagem  

FOTO: Lauane Veríssimo

Redação do DM na década de 1989, quando jornal ainda era
sediado em Campinas: veículo conta aquilo que se tornará história e modifica a
vida da sociedade através de seus relatos  

Welliton Carlos

Fundado em 12 de março de 1980, o  Diário da Manhã é uma das mais longevas
estruturas de comunicação do Brasil.

Veículo de comunicação que cobriu os mais importantes eventos
de Goiás nos últimos 43 anos, ele segue no século 21 como  lanterna que ilumina a esfera pública para que
a sociedade civil debata, produza e externe pensamentos e reflexões que
movimentam o Estado e mundo.

Na atual fase de produção informativa, o veículo se comporta
como uma usina de notícias, reportagens, entrevistas e colunas, cujo mérito é o
respeito ao direito à informação e o exercício da livre manifestação do
pensamento.

Com uma equipe experiente de profissionais e porta sempre aberta
para jovens em fase de aprendizado, o DM se caracteriza por ser veículo de
comunicação impresso e digital, tendo ao longo dos anos figurado dentre os
veículos que compõem os trends de motores de busca como Google e redes sociais
como Twitter.

Presidente do Diário da Manhã, Júlio Nasser explica que a
empresa tem procurado ampliar sua cobertura regional, com as edições DMAnápolis
e DMSudeste – versões do DM que atendem aos princípios da regionalização e
produção de noticiário especializado, com foco na diversidade.

Pioneiro no Centro-Oeste no universo digital, online desde
1996, o portal do DM é um dos mais completos do país, com a oferta gratuita do
conteúdo do jornalismo digital (o conteúdo flip do veículo impresso) e o
webjornal (conteúdo jornalístico de produção característica para web, com
hiperlinks, vídeos e conteúdos extras), além do DMTV.

Fundador do Diário da Manhã, ao lado da jornalista Consuelo Nasser,
o jornalista Batista Custódio faz uso da palavra em editoriais durante ocasiões
especiais, como nos períodos eleitorais ou diante de grandes crises e clamores históricos.
Em 13 de maio de 2021, o jornalista publicou no site do DM “Luz Quebrada”, um
artigo histórico com 83 páginas, em que o editorialista faz extensa análise sobre
momentos históricos de Goiás e do Brasil dentre 2015 e início de 2019.  O artigo tornou-se uma ‘tour de force’ para o
leitor, que deve se desafiar a ir além dos textos vulgares das redes sociais e
do jornalismo cuja máxima é de “menos texto possível”.  Adaptado para circular no Whatsapp por
Orivaldo Jorge, engenheiro e professor aposentado da UFG, o texto viralizou um
mensagens fortes e impactantes sobre uma era de extremos que exige uma ‘visita
diária à consciência”.   

A partir da influência de Batista Custódio, várias gerações
de jornalistas se formaram nas redações do DM, tendo como regra a máxima de que
jornalismo “não é profissão liberal, mas uma vocação”.  

Nas palavras do fundador do veículo, é missão do jornalista agir
com o máximo de imparcialidade, sem abraçar extremos de direita ou esquerda,
mas agir com vocação, acurácia e objetividade para “pintar” a realidade com o
máximo de realismo.

Ser objetivo não significa se isentar dos problemas sociais.
Batista Custódio é o criador do caderno “Opinião Pública”, que, desde 2010,
oferece espaço aberto para a sociedade opinar com responsabilidade, sem ferir a
dignidade e honra.  Em sua fase inicial,
o caderno chegou a publicar diariamente 80 artigos e crônicas, em 24 páginas de
standard.

Conforme Júlio Nasser, o veículo atravessa as turbulências do
espírito do tempo, que trouxe inúmeras adversidades econômicas para a imprensa
e veículos que retratam a realidade, todavia, conforme a máxima filosófica, as
dificuldades fortalecem os veículos que sobrevivem e caminham em busca da informação
de qualidade. “O DM tem como missão guardar e registrar a história e os fatos de
Goiás. Em uma era de fake news, optamos cada vez mais em valorizar a informação
de qualidade, com o máximo de certeza e veracidade”, explica.

Correlata

DM é filho das lutas do semanário “Cinco de Março”

Jornal semanário tinha como lema “os corruptos não dormem às
segundas-feiras”

Considerado divisor de águas da comunicação em Goiás, o
jornal “Cinco de Março” foi o primeiro desafio dos jornalistas Batista Custódio
e Consuelo Nasser, antes do surgimento do Diário da Manhã.   

Grandes intelectuais e juristas passaram pelo impresso, caso
do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), hoje advogado Castro
Filho. O fundador Telmo de Faria e Marco Antônio da Silva Lemos, ex-desembargador
no Distrito Federal, são outros lembrados como responsáveis por civilizar Goiás
através de seus textos e iniciativas na imprensa.

Na década de 2000, o jornal teve toda a sua coleção
microfilmada. Está à disposição de pesquisadores e comunidade na sede do
Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central (IPEHBC),
localizado no Setor Universitário.  O
jornal em papel e as cópias de segurança estão lacrados na Pontifícia
Universidade Católica (PUC-GO).

O “Cinco de Março” começou a circular em setembro de 1959. Na
época, o nome do impresso era “Jornal do Estudante”. Dirigentes do impresso
receberam a pecha de comunistas diante tamanha aproximação com os estudantes.
Preso, Batista Custódio passou a ser vigiado pelo Serviço Nacional de
Inteligência (SNI), o órgão de perseguição instituído pelos militares. “A gente
passava a tarde toda correndo atrás de salvar vidas de jornalistas que estavam
para serem mortos pelos militares”.

Com bastante humor, o veículo gostava de enfrentar poderosos.
Estão nas páginas os bastidores, entrevistas mais bombásticas e ironias de ‘estudantes:
o “Cinco de Março” já fazia questão de estampar páginas em branco para anunciar
as “obras” dos governantes. O ‘branco’ revelava a importância dos políticos
para a época. 

As famílias dos políticos, em boa medida envolvidos na
malversação dos recursos públicos, temiam a chegada do impresso. E quando não
figuravam na capa davam um suspiro de alivio. 
O jornal era completamente diferente do que se fazia no estado, onde as
outras mídias foram cooptadas pela ditadura. 

Em setembro de 1979, pouco antes de começar seu segundo
capítulo através do ‘Diário da Manhã’, o “O ‘Cinco de Março’  se calou e entrou para a história.

Ficaram manchetes que marcaram a história de Goiás e do
Brasil. Em uma delas, “SPI: Flagelo de uma civilização”, o jornalista Roberto
Gueudeville ganhou o prêmio Esso – a mais importante honraria jornalística do
país naquela época.  O  outro premiado seria Mino Carta, com uma
reportagem sobre São Paulo’.  Cada um
recebeu Cr$ 200 mil.

Roberto Gueudeville, em sua reportagem, realiza farta etnografia
dos índios da Amazônia, revelando interesses ao redor das comunidades, pressionadas
para uma situação de opressão.

Na década de 1960, chegou a vender 60 mil exemplares.
Conforme o jornalista Walter Menezes, falecido em 2021, a venda na porta do
Café Central, no Centro, às segundas-feiras, era um verdadeiro ritual. “Não
dava para quem queria. Disputava no tapa”.

O slogan do impresso era “Os corruptos de Goiás têm o sono
mais curto”. O ex-prefeito de Goiânia, Pedro Wilson, recorda-se de que foi o “Cinco
de Março” o único órgão de Goiás que apoiou os estudantes perseguidos no
regime. “Em 1979, quatro meses antes do projeto da anistia, o jornal publicou a
lista de quem foi cassado no Brasil”.

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