A doença que causou crise no Oscar

A piada de Chris Rock com a doença da atriz Jada Smith durante a cerimônia do Oscar 2021 no domingo (27), rendeu um tapa de seu marido, o ator Will Smith, no comediante e um desconforto quase palpável na cerimônia. Por outro lado, a polêmica trouxe mais luz a doença da atriz que se chama alopecia aerata.

A condição, que fez com que Jada assumisse o visual com a cabeça raspada desde o ano passado, além da queda dos cabelos, pode causar crises de ansiedade e depressão.

No fim de 2021, Jada Smith compartilhou um vídeo em seu Instagram contando que tinha o diagnóstico de alopecia. “Cheguei ao ponto em que só posso rir. Vocês sabem que eu tenho lidado com a alopecia e, do nada, apareceu essa falha aqui. Ela veio do nada e vai ser mais difícil de esconder. Então achei melhor mostrar para todos, para não surgirem dúvidas”, disse a atriz na época. No Brasil, o ex-Big Brother Lucas Penteado (BBB 2021) já revelou também ter o mesmo problema.

“A alopecia areata é uma doença estigmatizante e vários casos evoluem com períodos de melhora e piora, o que pode levar o paciente à crises de ansiedade e depressão”, explica a médica dermatologista e tricologista Lorena Ávila. Ainda de acordo com ela, a condição é uma doença atoimune, que pode acometer pessoas de qualquer sexo ou faixa etária.

“Nessa doença, o nosso próprio sistema de defesa ataca as células do bulbo do folículo piloso desencadeando um processo inflamatório conhecido como enxame de abelhas. Esse ataque provoca a queda dos pelos”, esclarece.

Lorena Ávila acrescenta que existem tipos diferentes de alopecia areata, que pode ser: em placas (atinge apenas partes do couro cabeludo), total (atinge todos os cabelos do couro cabeludo) e universais (de todos os pelos do corpo). “Pode ter casos pontuais como areata na barba, cílios ou sobrancelhas”, diz, ressaltando ainda que o diagnóstico, na maioria dos casos, é clínico, onde através da tricoscopia são detectados sinais específicos da alopecia.

Tratamento
De acordo com a médica dermatologista e tricologista, Julyanna do Valle, por se tratar de uma doença autoimune a alopecia areata não tem cura, mas tem tratamento e controle na busca por paralisar o processo inflamatório. Porém, conforme a médica, a discussão sobre o tema é importante para evitar o preconceito.

“O mais importante de tudo é falarmos sobre a doença para que as pessoas conheçam e tenham respeito e empatia por quem sofre dessa condição porque o cabelo é um fator muito importante para a autoestima das pessoas, principalmente das mulheres. Então, é preciso respeito e empatia acima de tudo e nada de piadas de mau gosto como ocorreu no Oscar.