Mulheres dentro do Contexto Político-Social no Brasil
Diário da Manhã
Publicado em 7 de março de 2022 às 13:58 | Atualizado há 3 anos
Por Cláudia Gomes de Moraes
Por longos anos foi imposto a nós o regramento de que o nosso lugar seria dentro de casa tomando conta do lar e dos filhos. Posto isto, quero deixar claro que não quero o desmérito dessa que é uma de muitas atividades que assumimos no decorrer dos anos, apenas deixar expresso que somos muito além disso.
Não obsta dizer que, no mandato do Presidente Michel Temer houve uma breve discussão sobre o tema quando se estigmatizou a figura da Primeira-Dama do Brasil, Marcela Temer, como sendo Bela, Recalcada e Do Lar, o que na minha opinião trouxe descrédito não apenas ao seu papel político social como também nos colocou em um patamar bem abaixo daquilo que realmente somos esquecendo-se assim de todos os feitos por nós alcançados.
Ora, vamos deixar óbvio por aqui o quanto somos capazes. Pois, não fosse o papel crucial de Margaret Hamilton, cientista da computação e engenheira de software que dirigiu a equipe que criou o código utilizado pelo programa espacial Apollo, não teria Neil Armstrong sido primeiro homem a pisar na lua, em 1969.
Vale ressaltar, que não apenas participamos do projeto como também colocamos nosso “salto 15” fora da superfície terrestre através da russa Valentina Tereshkova (primeira mulher a ir ao espaço em 1963) e da americana Christina Koch (primeira mulher a pisar na lua). E, esta é somente uma de tantas habilidades que possuímos.
No entanto, o que mais me chama atenção é perceber que apesar de tudo que alcançamos em pleno século XXI ainda encontramos casos de desrespeito com a mulher como no caso da Deputada Isa Penna (PSOL-SP) que sofreu assédio pelo também Deputado Fernando Cury (Cidadania) durante a 65.ª Sessão Plenária Extraordinária da casa.
E, não fosse isso o bastante chegam ao ápice de literalmente tentarem calar nossa voz. Caso ocorrido na Câmara de Aparecida de Goiânia cuja vereadora Camila Rosa (PSD-GO) denuncia ter tido cortado seu microfone durante uma plenária pelo colega e então Presidente da Câmara André Fortaleza (MDB-GO). Não bastasse a carga do fato em si, o mesmo André Fortaleza complicou-se ainda mais ao tentar se retratar.
Isso porque, no ato retratação ele posicionou-se em desfavor das cotas para mulheres na política arrazoando que somos todos iguais perante a lei conforme artigo 5.º C.F/1988. E, que, portanto, deveria ser considerado como “privilégios” a nós mulheres, e não uma prerrogativa por nós alcançada. Todavia, quando a nossa Carta Magna explicita esse princípio o que ela quer dizer é que se deve dar tratamento igual para os iguais e desigual para os desiguais para os desiguais na medida de sua desigualdade.
Não de outro modo, sabe-se pelo contexto social que a mulher, especialmente dentro do cenário político, ainda se encontra em desequilíbrio de igualdade comparado ao homem. Razão pela qual a Lei impôs regramentos como forma de equalizar o problema. Assim sendo, a aplicação de cotas para mulheres no cenário político veio como forma de garantir uma maior participação da mulher na política cujo espaço ocupamos democraticamente.
De igual modo, compartilho também aqui minha indignação diante do fato no qual o Deputado Arthur do Val (Podemos-SP) que in loco na Ucrânia; por áudio enviado a um grupo de colegas parlamentares; refere-se às mulheres desse País como sendo “fáceis” pois são pobres, fala no mínimo irresponsável. E isto, para não delongar a conversa.
Mas, embora nos deparemos com adversidades como estas e dentro de contexto de guerra, como a mencionada, eu não poderia deixar passar em branco essa data onde celebramos nosso dia. E, por essa razão deixo essa singela homenagem: “Não se calem, não desistam, seja o grito audível para àqueles que fingem não ouvir e invisível para àqueles que insistem te ver apenas como um mero enfeite de prateleira porque você é muito mais que isso”. #acredite nisso mulher#
Cláudia Gomes de Moraes, discente do 6.º período do curso de Direito do Centro Uniaraguaia.
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