Opinião

Vacinação contra HPV tem alta eficácia na prevenção de casos de câncer de colo de útero

Redação DM

Publicado em 15 de março de 2022 às 13:52 | Atualizado há 3 anos


Mais um estudo publicado em novembro no periódico Lancet comprova a alta eficácia da vacinação contra o HPV na prevenção do câncer de colo uterino. Na Inglaterra, o programa nacional de vacinação contra o HPV começou em 2008. Inicialmente foi utilizada a vacina bivalente Cervarix contra os tipos 16 e 18 do HPV, responsáveis por 70% a 80% dos casos de câncer do colo do útero no país.

Entre as jovens que receberam a vacina contra o HPV aos 12 ou 13 anos de idade (antes da sexarca), os índices de câncer do colo do útero são 87% menores do que os das gerações anteriores não vacinadas. Os resultados do estudo inglês são muito semelhantes aos de um estudo sueco que avaliou a vacina quadrivalente isolada publicado em 2020.

O HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo de útero, o quarto tumor que mais mata mulheres no Brasil. A doença poderia ser prevenida e até erradicada com a cobertura de vacinação, só que mais de 300 mil mulheres morrem por ano em decorrência da doença no mundo, sendo 7 mil no Brasil. Apesar das campanhas de conscientização, o preconceito e as notícias falsas fazem com que os pais de adolescentes não procurem pela imunização que está disponível nos postos de saúde.

A vacina quadrivalente faz parte do calendário vacinal do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e deve ser administrada em duas doses, com intervalo de seis meses, as meninas de 9-14 anos e meninos de 11-14 anos. Meninas e meninos que chegaram aos 15 anos sem completar as duas doses da vacina podem também atualizar o esquema vacinal.

Desde 2017, a vacina contra o HPV está também disponível para mulheres e homens vivendo com HIV, ou que sejam pacientes transplantados ou oncológicos. Em 2021, o Ministério da Saúde ampliou a indicação da vacinação para as mulheres com até 45 anos com uma destas condições.

Na maioria dos casos, as mulheres não apresentam sintomas e o sinal mais precoce é o exame Papanicolau alterado. Por isso, o exame segue sendo indispensável e quando associado à vacinação tem um grande poder de salvar vidas ao reduzir radicalmente os índices de câncer do colo do útero entre as mulheres.

Em tempos de tantas fake news contra vacinas, um estudo como esse apresentado recentemente deve ser divulgado, proporcionando o esclarecimento da população para maior aderência aos programas de imunização. Esse estudo mostra mais uma vez que a vacina contra o HPV é uma estratégia de prevenção do câncer inacreditavelmente segura e eficaz.

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