Setembro amarelo! Uma conversa, um abraço, um simples “estou aqui”, pode salvar vidas!
Redação
Publicado em 29 de setembro de 2022 às 12:28 | Atualizado há 3 anos
Por Cláudia Gomes de Moraes
Suicídio um ato de covardia? Ou um ato de coragem? Nenhuma dessas. Sua consumação trata-se de um ato extremo de desespero do indivíduo no qual a pessoa se vê numa posição cuja a única saída plausível encontrada é o ato de dar cabo à sua vida no intuito de acabar com a dor e sofrimentos insuportáveis, que apenas quem sobreviveu a este tormento é capaz de mensurar, pois, o que sabemos sobre esses sentimentos relatados por sobreviventes, nem de longe é o real pesadelo pelo qual estas pessoas passaram.
Entretanto, Shneidman – pai da suiciodoligia – coloca a intencionalidade do suicida em três aspectos que são a morte intencional, que implica num protagonismo consciente do suicida, um ato deliberado de se matar, a morte não intencional, em que pode ocorrer uma morte auto-infligida, mas em caráter acidental, como o disparo de uma arma de fogo de modo involuntário e, também, a morte subintencional, com um protagonismo indireto ou inconsciente do indivíduo, como ocorre, por exemplo, num acidente automobilístico violento.
O autor destaca ainda as 10 características mais comuns aos suicidas, como sendo: Propósito – procura de solução, Objetivo – parar a consciência, Estímulo – dor psicológica intolerável, Stress – frustração pela falta das necessidades psicológicas, Emoção – desespero-desesperança, Estado cognitivo – ambivalência, Estado perceptivo – constrição, Ação – fuga, Ato interpessoal – comunicação de intenção, e Consistência – de acordo com estratégias de “coping” mal adaptativas do passado.
Ademais, dado que 01 brasileiro tira sua vida a cada 45min e a nível mundial este número salta para 01 a cada 40s, segundo retrata a OMS (Organização Mundial de Saúde), achou-se como medida salutar a criação por esta organização de uma pauta de saúde pública para tratativa deste assunto a ser discutido nos meses de setembro no afã de salvar vidas. Ora, porque então se escolheu setembro como um marco para debate desse tema? Elementar! Esse é o mês em que se inicia a primavera, estação na qual as flores dão seu espetáculo abrindo suas pétalas espalhando seu perfume a todo ambiente à sua volta. Sendo assim, o mês perfeito para desabrochar o amor ao próximo em nossos corações e nos sintonizarmos em prol da vida. Não de outra forma, o amarelo foi escolhido para simbolizar o tema, pois traz a representatividade da luz e calor solar, fontes da vida na Terra.
Não apenas isso, ela também indica um raio de luz nessa obscuridade produzida pelas intempéries diárias que nos impedem de enxergar o próximo em sua totalidade e uma fonte de calor capaz de der-
reter até o mais gélido dos corações endurecido pelo caos da natureza humana que se fecha em si mesmo e não compreende a dor alheia.
Feita essas considerações fica o então o questionamento: Como podemos ajudar? Simples! Atentemo-nos que se temos dois ouvidos e uma boca é para que possamos ouvirmos mais e falarmos menos, entendendo que: Se a dor não for nossa, não devemos chamá-la de drama, nem tão pouco devemos julgá-la.
Apenas, acolhamos! Pois, de nada adiantará compartilharmos a fitinha amarela em prevenção ao suicídio se continuamos metralhando opiniões maldosas e não solicitadas num mundo onde a cultura do cancelamento naturalizou o fato de se excluir pessoas que discordem de nossas opiniões. Fica a dica: Sejamos responsáveis emocionais! Lutemos pela vida valorizando a vida!
*Cláudia Gomes de Moraes, discente do 7.º Período do Curso de Direito do Centro Universitário Araguaia.
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