Podemos admite trocar Mendanha por Caiado
Redação DM
Publicado em 24 de março de 2022 às 13:17 | Atualizado há 3 anos
Insatisfeito com o tratamento que recebeu do prefeito Gustavo Mendanha, desde que trocou o deputado federal pelo vice-prefeito Vilmar Mariano no comando em Goiás, o Podemos anuncia rompimento com o pré-candidato a governador da oposição.
O motivo principal, segundo Felipe Cortêz, 1º secretário da executiva nacional e ex-secretário municipal de Relações Institucionais é o não cumprimento de acordo firmado com a presidente nacional do Podemos: formação de chapas para a Câmara Federal e à Assembleia Legislativa.
No final de fevereiro, Gustavo Mendanha levou a Renata Abreu uma “lista fictícia” de pré-candidatos a cargos proporcionais, o que levou a dirigente a transferir o comando do Podemos da base de Ronaldo Caiado para a aliança do prefeito de Aparecida de Goiânia.
Segundo apurou a reportagem, a gota d’água para o rompimento do Podemos com a pré-campanha de Gustavo Mendanha foi a cobrança que Felipe Cortêz fez junto ao secretário Tatá Teixeira, coordenador político do prefeito, de formação de chapas proporcionais do partido. Irritado, Teixeira foi “grosseiro” com Cortêz, ao ponto de impedir o acesso do dirigente/secretário ao palanque de Mendanha durante lançamento da pré-campanha em evento em Aparecida de Goiânia.
Deslealdade
Renata Abreu ficou irritada também Gustavo Mendanha pelo fato de o prefeito ter prometido e não cumprido filiação ao Podemos. Outro motivo que levou a presidente nacional a se afastar do pré-candidato da oposição: a iniciativa de Mendanha de anunciar apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, quando se sabe que o Podemos tem o ex-juiz Sergio Moro como pretendente ao Palácio do Planalto.
Renata Abreu retomou os contatos com José Nelto, na tentativa de manter o deputado federal no Podemos e, ao mesmo tempo, obter apoio do governador Ronaldo Caiado para a formação das chapas proporcionais.
Felipe Cortêz fez chegar até ao pré-candidato a governador e ao vice-prefeito Vilmar Mariano a contrariedade em relação ao tratamento que o partido recebeu do QG de Gustavo Mendanha. “A partir de agora, o nosso empenho é por formação de chapas de deputado federal e estadual. Está zerado o processo de apoio a candidatura ao governo de Goiás. Vamos conversar com todos”, disse Felipe Cortê.
Sem renúncia
Deputado federal José Nelto, ex-prefeito Jânio Darrot e o próprio Felipe Cortêz afirmaram, ontem, que não será surpresa caso chegue a data de 31 de março e Gustavo Mendanha decida permanecer no exercício do cargo de prefeito de Aparecida de Goiânia, desistindo do projeto de concorrer ao Palácio das Esmeraldas, por falta de base partidária e eleitoral.
Após um ano e três meses de pré-campanha, dos 36 partidos existentes no país, Mendanha tinha conseguido respaldo de apenas cinco partidos: Podemos, Patriota, PTC, DC e Avante. Esta semana, o prefeito acaba de perder o apoio do Podemos, DC e Avante.
Se se filiar ao Patriota, Mendanha vai encontrar um partido enfraquecido: ex-prefeitoJânio Darrot, ex-pré candidato a governador e o prefeito de Trindade Marden Júnior, já trocaram o palanque da oposição pelo o do governador Ronaldo Caiado.
O DC de Alexandre Magalhães deve fechar aliança com o PL, em apoio à campanha do Major Vitor Hugo na corrida à sucessão estadual.
O Avante finaliza acordo com o União Brasil para apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado.
Sem estrutura partidária e sem apoio de importantes quadros políticos, não será surpresa se Gustavo Mendanha abrir mão de seu projeto de concorrer ao governo de Goiás e optar pelo cumprimento de seu mandato como prefeito de Aparecida de Goiânia.