Política

Eliton divide esquerda na disputa ao governo de Goiás

Redação DM

Publicado em 29 de abril de 2022 às 13:44 | Atualizado há 3 anos

De um lado, PT, PSB, PC do B e PV aceleram conversações para definir o ex-governador como candidato à sucessão estadual; de outro, PSOL, PCB, Rede, PSTU, PCO e Unidade Popular rejeitam o nome do ex-tucano.

Na reunião, o PSB oficializou o nome do ex-governador José Eliton como pré-candidato ao governo e o PCdoB apresentou a ex-deputada Denise Carvalho como alternativa para a disputa ao Senado.

O PT já tem como pré-candidato ao governo desde o ano passado o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) Wolmir Amado, mas há disposição dos dois nomes para recuo em favor do projeto conjunto. Neste caso, Amado seria vice de Eliton.

Participaram do encontro Elias Vaz, Kátia Maria (PT), Cristiano Cunha (PV) e Isaura Lemos (PCdoB). Cada dirigente ficou de discutir nomes e a proposta de definição até o dia 15 de maio em seus partidos. Depois disso, haverá nova reunião.

O PC do B chegou a cogitar o ex-vereador Euler Ivo para a disputa ao Senado, mas preferiu indicar a ex-deputada estadual Denise Carvalho.

A expectativa dos dirigentes do PT, PSB, PC do B e PV é a de que a chapa majoritária esteja montada até o final do mês de maio, para haja tempo para mobilização de pré-campanha até as convenções partidárias em julho.

PSOL e Rede
Com a chegada de Eliton no grupo, PSOL e Rede decidiram seguir outro caminho, sob argumento de que há divergências com a forma de governo do ex-tucano. Kátia disse que o PT também tem críticas a Eliton, mas que “o momento político grave do País faz com que o passado perca um pouco de relevância”.

“O momento é muito crítico e a saída não vai ocorrer apenas com o PT. Então, apesar das divergências e diferenças, temos de caminhar juntos, como Lula está fazendo em nível nacional. Devemos ter maturidade para entender o momento e a importância de um palanque mais amplo”, afirma a petista.

Elias também defende a mesma linha: “Os partidos progressistas em Goiás estão unidos por um propósito, a defesa da democracia, que tem sofrido ameaças constantes no governo Bolsonaro. Temos a consciência de que é preciso somar esforços para impedir a reeleição do presidente e garantir um governador em Goiás disposto a lutar por justiça social”.

Mal sucedido
O ex-governador José Eliton trocou o PSDB pelo PSB, após sofrer uma humilhante derrota, em 2018, na tentativa de se reeleger. Este ano, Eliton não conseguiu respaldo político, no PSDB, sequer para buscar cadeira à Câmara Federal. O ex-tucano obteve apenas 13,73% dos votos válidos, ficando em terceiro lugar, atrás de Daniel Vilela (MDB) e Ronaldo Caiado (DEM).

Sem ambiente no PSDB, José Eliton pega “carona” no PSB do ex-governador paulista Geraldo Alckmin e embarca na campanha do favorito Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República.

Conservador e claramente de “direita” como declarou em 2018, em entrevista à rádio Sagres730, José Eliton não tem afinidade ideológica com as esquerdas. Causa estranheza nomeio político, portanto, a filiação do ex-governador tucano ao PSB de Miguel Arraes, Darcy Ribeiro, João Mangabeira e Domingos Velasco.
A presidente estadual do PSOl, Cíntia Dias, afirmou que o partido continuará trabalhando para formar uma frente de esquerda em Goiás, ampliando diálogo com partidos como PCB, Rede, PSTU, PCO e Unidade Popular. O PSOL lançou a pré-candidatura de Weslei Garcia ao governo de Goiás. Já o PCB tem o nome de Helga Martins. Cíntia diz que há tranquilidade para debater as pré-candidaturas.
De acordo com a presidente, lideranças do PSOL já se reuniram e foi decidido que o partido não caminhará com o PT, PSB e PC do B ou qualquer figura ligada ao ex-governador Marconi Perillo, como José Eliton, ou vinculada ao governador Ronaldo Caiado.
Cíntia Dias conta que, durante a reunião, o PT disse que não há definição certa, mas confirmou que o partido não teria dificuldade em caminhar com o nome que o PSB apesentar, ou seja, José Eliton. “Nós gostaríamos de caminhar com o PT, mas se o PT escolheu a direita, nós vamos ficar aqui na esquerda”, disse.

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