Política

Três nomes vão disputar o Senado pela base de Caiado

Diário da Manhã

Publicado em 2 de agosto de 2022 às 13:19 | Atualizado há 3 anos


Após demorado e intenso debate por seis meses, a  base política do governo Ronaldo Caiado chega às convenções afunilada em três candidaturas avulsas para a disputa à única vaga disponível para o Senado da República: Delegado Waldir (União Brasil), Alexandre Baldy (Progressistas) e Lissauer Vieira (PSD).

Alguns postulantes ficaram pelo meio do caminho, casos do ex-ministro Henrique Meirelles (à época PSD e senador Luiz do Carmo (PSC). O deputado federal Zacharias Calil deverá anunciar a sua desistência, já que o seu partido, União Brasil, tem pretendente – Delegado Waldir – que está à frente nas pesquisas eleitorais.

Outros deixaram o bloco governista e debandaram para a oposição, casos do empresário Wilder Morais (PL) e o deputado federal João Campos (Republicanos).

Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de permitir o registro de candidatura avulsa pelos partidos, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) foi claro ao dizer que caberia às legendas definir os concorrentes e não ele. “Desde a decisão do TSE eu disse que não iria tomar uma decisão que cabe aos partidos”.

Os coordenadores políticos do Palácio das Esmeraldas vão atuar, após as convenções partidárias, para que o ambiente interno na base aliada seja de harmonia e de concórdia, buscando realizar campanhas eleitorais sem divergências e crises que possam contaminar o processo eleitoral situacionista.

Delegado Waldir

Bem posicionado em todas as pesquisas sobre intenção de votos para o Senado, o deputado federal Delegado Waldir (União Brasil) é o favorito para ser consagrado pela convenção estadual do União Brasil, marcada para 5 de agosto, como candidato majoritário, sendo companheiro de chapa do governador Ronaldo Caiado, que vai concorrer à reeleição.

Waldir tem respaldo também do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar. Ele é o vice-presidente do UB de Goiás.

Alexandre Baldy

Alexandre Baldy, ex-ministro de Cidades do governo Michel Temer, tem se colocado como pré-candidato ao Senado desde janeiro último e, desde então, entrou em campo em busca de respaldo político-partidário. É presidente do Progressistas de Goiás e conta com respaldo de lideranças influentes de seu partido, como o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do presidente da Câmara Federal Arthur Lira (AL).

Baldy contabiliza o apoio de mais de 50 prefeitos aos eu projeto de concorrer ao Senado. Chega a falar em 100. Só do PP são 32 prefeitos. O empresário e ex-deputado federal também tem respaldo de deputados federais e estaduais de diversos partidos.

Lissauer Vieira

O PSD caminha para definir seu rumo às eleições deste ano e cresce a tendência de o partido ficar na base governista, mesmo com o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, sendo lançado isoladamente ao Senado. “Fizemos um trabalho, até o momento, em parceria com o governo, então estamos construindo as condições para que continuemos com ele”, diz o deputado federal Francisco Júnior, que defende aliança com o governador Ronaldo Caiado (UB).

Oposição

Os partidos de oposição também se movimentam no sentido de lançar concorrentes ao Senado Federal em Goiás.

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que lidera as pesquisas para o Senado, só vai bater o martelo sobre qual cargo concorrer às eleições deste ano – governador, senador ou deputado federal – na convenção tucana marcada para 5 de agosto. Ele deve disputar o governo estadual ou mandato de deputado federal.

O Patriota do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha fez aliança com o Republicanos parar o deputado federal João Campos ao Senado.

O Partido Liberal do deputado federal Major Vitor Hugo filiou o empresário e ex-senador Wilder Morais para a disputa ao Senado.

O partido Novo já escolheu o empresário Leonardo Rizzo para a disputa à senatoria.

O PT segue indefinido, mas deve abrir espaço para um partido aliado lançar nome ao Senado: o PC do B propõe a ex-deputada estadual Denise Carvalho e o PV o empresário Cristiane Cunha.

O PSB cogita lançar o ex-governador José Eliton ao Senado com uma eventual composição PSDB de Marconi Perillo e PT de Wolmir Amado.    



Vagas por candidatura ao Senado são sempre muito disputadas

Exceto raras exceções, todo processo de definição de candidatura a senador é traumático. Na situação e na oposição, em alguns casos. Principalmente quando só tem uma vaga em disputa.

Portanto, o que está ocorrendo nos partidos da base do governador Ronaldo Caiado (UB) não é muito diferente do que já ocorreu em outras eleições. É apenas uma vaga em disputa, com vários pretendentes.

O que tem de diferente para a eleição de 2022 é a figura da candidatura avulsa, que em reposta à consulta do deputado Delegado Waldir (UB-GO), o T.S.E disse sim à possibilidade desta modalidade do lançamento de múltiplos candidatos disputando a única vaga.

Um exemplo foi a escolha de Mauro Miranda como candidato do PMDB a uma das vagas, nas eleições de 1994, uma disputa acirrada na convenção entre Mauro e Luís Soyer, clima tenso de brigas de torcidas e apoiadores dos pré-candidatos. O local da convenção, o Ginásio Rio Vermelho, parecia mais cenário de guerra entre torcidas e apoiadores dos concorrentes. Felizmente, naquela época as agressões entre as torcidas eram apenas verbais, no máximo alguns empurrões entre os mais exaltados.

Costuma haver acirramento também nas convenções para escolha de candidatos a governador. A disputa entre o então deputado Brasílio Caiado e o ex-governador Otávio Lage, para escolha de candidato a governador na Convenção do PDS, em 1982, foi uma das mais acirradas que já ocorreram em Goiás, nos últimos 40 anos.

Em relação às resistências para a escolha de candidatos na base, elas são até poucas se comparadas às de outras eleições.

A impossibilidade de o governador atender todas as demandas parece que começa a ser compreendida pelos entre pré-candidatos. A desistência do senador Luiz do Carmo é um exemplo; o governador não tem como impedir que mais de um partido na sua base lance candidatura avulsa, se o fizesse, arranjaria encrenca com os partidos.


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